domingo, 10 de abril de 2011
A GARRAFA
A GARRAFA
Que importa o caminho
da garrafa que atirei ao mar?
Que importa o gesto que a colheu?
Que importa a mão que a tocou
-- se foi criança
ou o ladrão
ou filósofo
quem libertou a sua mensagem
e a leu para si ou para os outros?
Que se destrua contra os recifes
ou role no areal infindável
ou volte às minhas mãos
na mesma praia erma donde a lancei
ou jamais seja por olhos humanos
que importa?
...se só de atirá-las às ondas vagabundas
libertei meu destino
da sua prisão?...
Manuel Lopes
Comentário:
Belo poema A Garrafa
valeu por muitos barris
do vinho mais valioso
bebido lá em Paris
veio nas ondas da net
e me tornou mais feliz.
Garrafa enxuta por dentro
e tão molhada por fora
impregnada do eu
de alguém que ao longe chora
me embriagou com palavras
na aridez dessa hora.
(Gilberto Cardoso dos Santos)
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A garrafa cai e vaga
ResponderExcluirNas águas tensas do mar
E leva só desabafos
Dentro dela à descansar
Espero que ela avance
E o seu destino alcance
Bem antes de se quebrar.
Gil gostei muito do teu comentário sobre este bonito poema…. o comentário vale o poema!!!
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