terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

UMA INJUSTIÇA CONTRA OS IDOSOS - Gilberto Cardoso dos Santos



Acho uma coisa espantosa
Difícil de acreditar
Ver a justiça a cobrar
Pensão duma avó idosa
De maneira vergonhosa
A “justiça” tem agido
Toda vez que tem prendido
Um pacato cidadão
Que suporta humilhação
Por crime não cometido.

Quanta gente perigosa
Pratica corrupção
Mas não vai para a prisão
Só porque é poderosa
É pouco criteriosa
Essa determinação
É uma injusta solução
Extremamente mesquinha
Castigar uma velhinha
Por causa duma pensão.

Se quem tem culpa é o neto
ou se o filho é culpado
Penalizar um  coitado
Não me parece correto
De fato é algo abjeto
Uma tal legislação.
Vamos botar na prisão
Quem realmente merece
Não um pobre que padece
Prenda o político ladrão!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Feijão Verde Falso e Verdadeiro - Gilberto Cardoso dos Santos

Desonestidade hoje
é coisa de espantar
é do maior ao menor
todos tentam enganar
até mesmo feijão verde
estão a falsificar!

Aprenderam com políticos
sobre a desonestidade
tentando sobreviver
enganam a humanidade
São uns Pedro Malasartes
mas sem traços de bondade.

Como saber se o feijão verde foi falsificado? Veja no vídeo



Grupo é preso por usar corante para falsificar feijão verde em Fortaleza



Três mulheres e um homem foram presos na noite do sábado (21) por vender feijão verde falsificado. Segundo a polícia, o grupo usava corante para tingir de verde o feijão branco. Com a nova cor, eles cobravam dos clientes o preço do feijão verde. De acordo com a polícia, o saco era vendido por R$ 3.
O grupo foi preso na esquina das ruas Pedro Pereira e Major Facundo. As mulheres estão presas na Delegacia de Capturas, e o homem no 34° Distrito Policial, no Centro da capital.
De acordo com a Polícia Civil, eles vão responder por estelionato. O corante, usado para mudar a cor do feijão, também foi apreendido pelos policiais e vai ser analisado pela perícia. Em contato com água, o pó adquire a cor verde. Se for a substância for tóxica, o grupo preso também poderá responder por lesão corporal.

Os sacos de feijão eram vendidos no Centro de Fortaleza. (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)

Fonte: http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/02/grupo-e-preso-por-vender-feijao-verde-tingido-no-centro-de-fortaleza.html

domingo, 8 de fevereiro de 2015

FOI PELOS 20 CENTAVOS! - Gilberto Cardoso dos Santos



A TV tentou mostrar
Motivação diferente
Porém se vê claramente
Já não se pode negar
Que a revolta popular
que tanto nos encantou
e ao povo mobilizou
mostrando que somos bravos...
Foi pelos vinte centavos
Que o brasileiro lutou

No caso do Petrolão
Um roubo tão descarado
O povo anestesiado
Não esboça reação
Tamanha corrupção
A todos prejudicou
Mas o povo aceitou
Reagimos feito escravos
Foi pelos vinte centavos
Que o brasileiro lutou

A gente vê magistrados
Abusando do poder
Mas nada vem a fazer
Mesmo estando indignados
Permanecemos calados
O medo nos controlou
Ninguém se indignou
Vendo os terríveis conchavos
Foi pelos vinte centavos
Que o brasileiro lutou

Parece que os partidos
Todos se mancomunaram
Contra o povo conspiraram
No roubo estão envolvidos
Nos sentimos iludidos
Pois quase nada mudou
A gente se embriagou
E no fim restaram travos
Foi pelos vinte centavos
Que o brasileiro lutou

É triste ver o gigante
Dormindo placidamente
Sonhando feito  inocente
Totalmente confiante
Com a pobreza alarmante
Ele já se conformou
A política o amarrou
Com seus fortes alinhavos
Foi pelos vinte centavos
Que o brasileiro lutou

Queria ver o povão
E eu no meio certamente
Lutando raivosamente
Contra a corrupção
Queria que a canção
Que Zé Ramalho cantou
E a gado nos comparou
Recebesse desagravos
Foi pelos vinte centavos
Que o brasileiro lutou

A cegueira tomou conta
Do povo desse país
Somos um povo feliz
Que não reage à afronta
Enquanto o político apronta
E tira o que nos restou
Quem foi que  se aglomerou
Pra reagir aos agravos?!
Foi pelos vinte centavos
Que o brasileiro lutou

Feito abelhas trabalhamos
Lutamos pela colmeia
O mundo não faz ideia
Do quanto nos esforçamos
No entanto nos ferramos
Pois alguém nos enganou
Pra nós fumaça restou
Outros ficam com os favos
Foi pelos vinte centavos
Que o brasileiro lutou.

[...]

Ouça mais em FOI PELOS VINTE CENTAVOS!



terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

DOIS, TRÊS BÁRBAROS ASSASSINATOS - Gilberto Cardoso dos Santos

Que sabemos eu e você sobre os dois jovens assassinados nesse primeiro mês de 2015 em Santa Cruz-RN? Provavelmente muito pouco, bem menos do que deveríamos. Sei sobre o primeiro que o chamavam de "Gordinho" ou "Gordim", que morava num bairro chamado Alegre e  era muito trabalhador. Disseram-me que era um rapaz bonito, simpático e admirado pelos que o conheciam. Alguém acrescentou: "Ele não tinha tatuagem, nem usava brinco, nem piercing."

Nessas horas as pessoas ficam tentando encontrar algo que justifique o crime, uma razão qualquer que caiba ao menos dentro da ótica da bandidagem. No caso de Edivanilson Pereira da Silva, o Gordinho, só obtive boas informações. O jovem de cerca de 20 anos foi vítima duma emboscada. Ao tentar escapar do assalto, foi alvejado nas costas. O dinheiro e a moto, honestamente adquiridos, foram a causa de sua destruição precoce.

Sobre a segunda vítima, Lúcio Flávio, sei mais porque fui seu professor em 2014. Em 27 de janeiro de 2015 - três dias após a morte de Edvanilson - baleado e esfaqueado no pescoço, foi jogado numa pedreira do bairro Maracujá, próximo ao local onde residia. 

Era um menino trabalhador, extremamente simples, órfão de pai. Com seu irmão, vendia picolé e ajudava os familiares no que podia. Ele tinha um temperamento calmo. Os meninos o chamavam de Jubileu e ele apenas sorria. Jubileu, termo de origem bíblica, faz referência a um período de intensa felicidade em que se comemora alguma data significativa. Aos 15 anos, idade que tinha, se comemora o jubileu de cristal. Exatamente aí a vida revelaria para ele toda sua fragilidade. Apesar de ter tal apelido, oriundo de júbilo, alegria,  seu riso não era ruidoso e talvez muito tivesse de resignação. Às vezes, em seu olhar, julguei ler alguma expressão de tristeza, de conformação com as vicissitudes da vida. Quem sabe, a perda do pai tenha agravado essa sensação. 

Eu e os outros professores nunca necessitamos puni-lo por qualquer coisa ou repreendê-lo. Certamente, nesse aspecto, era um motivo de orgulho para a família. No final do ano ele me surpreendeu quando me entregou em seu trabalho final uma porção de desenhos. Eu e outros colegas desconhecíamos seu pendor para a arte. Lembro que manuseamos com admiração cada página e tecemos elogios. A primeira coisa que pretendia fazer ao reencontrá-lo em 2015 era parabenizá-lo perante a turma e a partir daí incentivá-lo ao máximo. Infelizmente, não mais terei essa oportunidade.

Percebemos, por seus desenhos, que ele tinha em seu universo interior sonhos de um mundo justo, como todo jovem. Sua cabecinha era habitada por heróis. Como todos nós, ele e Gordinho deviam se deliciar com algum bom filme ou desenho animado em que o bem sempre prevalece. Refugiar-se nessas fantasias televisivas era uma válvula de escape para a cruel realidade em que todos vivemos. Na imaginação deles, com certeza, o bem sempre prevaleceria. A confiança em Deus  e  em certas pessoas tornavam esse mundo menos assustador. Há em seus desenhos uma moça bonita, de olhar penetrante quem sabe representativa de alguma com quem sonhou e que o fez chorar alguma vez na solidão da pedreira.  Chama-me a atenção, em seus desenhos, um general de olhar firme e bigodudo que cuida de sua segurança. Em seu mundo interior alimentado por filmes e desenhos, o crime não compensava. Nada escapava ao poder investigativo duma polícia bem equipada, não sobrecarregada pelo excesso de ocorrências, capaz de desvendar os crimes mais intrincados.

Lúcio Flávio era um jovem idealista, de alma nobre, sensível ao voo e beleza das borboletas. As flores e as aves, numa região que quase não mais as tem, também o deixavam enfeitiçado. Não julgava um desperdício o tempo que dispendia tentando reproduzi-las no papel. Mas a temível morte, de tão presente ao seu redor, lançava sombras  em seu pensamento e também o inspirava.

No livro O Código do Ser, Hillmann faz da semente de carvalho uma parábola da vida humana. Para ele, cada um de nós vem ao mundo com um chamado, uma espécie de missão e mais cedo ou mais tarde manifestará seus dons e vocação. Lúcio Flávio era um jovem vocacionado para as artes que não teve tempo de se desenvolver o suficiente. Tal como uma diminuta semente, trazia em si o potencial de tornar-se um carvalho frondoso, capaz de dar sombra à familia e amigos. Quem sabe a que alturas chegaria?
Enquanto enterravam Lúcio Cláudio, um desconhecido, perplexo, veio conversar comigo à porta do cemitério. - A situação tá muito complicada, - dizia-me ele referindo-se às duas mortes. - A gente não pode ter mais nada que alguém cresce o olho e quer tomar. Não pode mais ter um carro, uma moto, dinheiro. Antes, pelo menos, estavam matando só bandido. mas agora tão matando gente de bem, como esses dois jovens. Onde vamos parar?"

Sem saber direito o que responder, afastei-me do cemitério, enquanto escutava ao longe, cada vez mais distante, o clamor de uma mãe inconsolável com a injustiça feita ao ente amado.

O que significaria a prisão dos assassinos para os amigos e familiares destes dois jovens? Quase nada, imagino, diante da perda irreparável, mas é o mínimo que se espera. A vida necessita parecer com os filmes para que tenha sentido. Ficamos torcendo para que as autoridades competentes deem a estes casos a atenção que dariam caso se tratasse de pessoas socialmente ilustres ou se se as vítimas fossem da própria família. Estou torcendo, como no final de um filme, para que o bem de algum modo prevaleça e a gente não venha a ter que chorar em breve uma terceira vítima.*




















P.S.: Escrevi esse texto na manhã do dia 03.02.2015. À noite, um pouco depois das seis, mais um jovem (Luiz Welder) foi impiedosamente assassinado, no Alto do Cruzeiro.

Luiz Welder, a 3ª vítima


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

SERÁ QUE ESSA GENTE É GENTE? - Gilberto Cardoso dos Santos


De Alá são seguidores
O Misericordioso
Porém de modo espantoso
Eles praticam horrores
São insensíveis às dores
De um pobre ser inocente
E impiedosamente
riem da dor que provocam
pergunto aos que a Deus invocam:

Será que essa gente é gente?

Por cinco vezes ao dia
eles irão se curvar
e ao grande Deus exaltar
depois dessa covardia
Alá, quanta hipocrisia
quanta cegueira de mente
Mas permaneces silente
ante tal barbaridade
pergunto em perplexidade:
Essa gente é tua gente?

Vídeo triste e revoltante, veiculado pelo LiveLeaks.  Mostra muçulmanos se divertindo às custas de um pobre animal da maneira mais perversa.