segunda-feira, 31 de outubro de 2011

UM DEZ EM EDUCAÇÃO - Gilberto Cardoso dos Santos



Lula foi bom presidente
muita coisa reformou
e a imagem que deixou
foi de líder eficiente
porém, lamentavelmente,
cedeu à corrupção
não deu total atenção
ao professor que padece
Lula um dez não merece
no quesito educação.

Lula sempre cometia
deslizes gramaticais
ele sempre estava atrás
das regras da ortografia
de verbos pouco sabia
fazer a conjugação
mas das verbas da nação
se esperava que soubesse
Lula um dez não merece
no quesito educação.

Dilma vai na mesma linha
com um discurso arrojado
mas o professor, coitado,
leva uma vida mesquinha
O discurso não se alinha
com nossa situação
é dada pouca atenção
e a cultura só decresce
Dilma um dez não merece
no quesito educação.

Também nós, educadores,
deixamos a desejar
pois na hora de lutar
nos levamos por temores
deixamos que os opressores
fiquem firmes no seu "NÃO"
nossa mobilização
de fato não acontece
Nossa classe não merece
um dez em educação.


Esta última estrofe e a mudança no título nasceram depois que recebi de Joelle - diretamente da França de Sarkozis - a seguinte observação:


Gil , vi seu poema sobre "Lula e a educação " ! Comentei !!!
Mas o que não escrevi no blog e que queria dizer pra vc é isso :
Eu percebi ,que todos os poetas escrevem pra denunciar os erros do governo na educação .E eu concordo com isso !
Mas ninguém tem a coragem  de denunciar tb ,os professores que são espectadores da situação sem levantar um dedo ....
Entende o que quero dizer ?
Acho que do mesmo jeito que vcs esclarecem o povo sobre as responsabilidades do governo .... Vcs poderiam pôr os professores
de frente ás responsabilidades deles no assunto. Mas pode ser que eu seja idealista demaissss !!!! kkkkkkk

Mais do que justa a sua crítica, Joelle!




(Gilberto Cardoso dos Santos)


FICHA%C3%87%C3%83O+PROPAGANDA+CRIS.JPG (394×156)

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A RESPEITO DOS FUNGOS - Gilberto Cardoso dos Santos

Importância dos Fungos

Meu Deus, como é bom fungar
no pescoço da amada
talvez a melhor fungada
que um homem pode dar
e não podemos negar
que os interesses humanos
de fungadas fazem planos
quem não funga é infeliz
fungar deseja o nariz
sem isso há desenganos.


Parabéns ao estudante
pois mostrou-se eficiente
na resposta inteligente
provou quanto é brilhante
Pode ser comediante
e muita grana ganhar
se acaso não passar
na prova, que desencanto
e choroso num recanto
com certeza vai fungar!


Gilberto Cardoso dos Santos

A TROCA DOS CONTRACHEQUES - Gilberto Cardoso dos Santos




Coitado do deputado!
à cena não resistiu
quando sobre a mesa viu
seu contracheque trocado
pensou assim: "Tô lascado
com tão pequena quantia
pois isso eu gasto num dia
num momento de lazer
não dá pra sobreviver
ganhando essa mixaria."

E o professor, coitado,
com o contracheque na mão
teve uma grande emoção
depois caiu desmaiado
para o posto foi levado
e o pior aconteceu
taquicardia lhe deu
 e não veio a resistir
morreu sem usufruir
do valor que recebeu.

Meu Deus, como bom seria
se um nobre parlamentar
quisesse o cargo trocar
ao menos durante um dia
penso que entenderia
o drama do professor
que trabalha com ardor
pelo desenvolvimento
sem o reconhecimento
do qual é merecedor.

Gilberto Cardoso dos Santos

Sobre UMA COLCHA CEM RETALHOS



Lí, de Ismael Gaião,
uma Colcha Cem Retalhos
onde não há versos falhos
nem falta a inspiração.
E fiz a constatação
da influência soberana
do Jornal Besta Fubana
sobre este cordelista
que é excelente artista
e grande figura humana.

O livro fala de tudo
de voto e de carnaval
do cigarro, que faz mal,
de poetas sem estudo
de um poeta quase mudo
que antes eu não conhecia
Ismael com maestria
com o leitor se entrosa
numa conversa gostosa
em prosa e em poesia.

Uma colcha bem tecida
volumosa e macia
Ismael traz alegria
em versos cheios de vida
Sua prosa refletida
tem a cara do povão
- fonte de inspiração
para suas produções -
minhas congratulações
para Ismael Gaião.

Gilberto Cardoso dos Santos.

sábado, 15 de outubro de 2011

PARABÉNS, PROFESSOR! - Gilberto Cardoso dos Santos

http://apoesc.blogspot.com/2011/10/dia-do-professor-gilberto-cardoso-dos.html


 
ATENDENTE: Departamento de educação, com quem falo?
PROFESSOR: Aqui quem fala é um professor da escola Alto do Gólgota.
ATENDENTE: Ah, boa tarde, professor. Antes de mais nada, parabéns pelo seu dia, que será amanhã!
PROFESSOR: ...
ATENDENTE: Alô? O senhor ainda está aí? Qual o objetivo de sua ligação?
PROFESSOR: Eu liguei pra saber de minha licença, a qual já faz mais de 6 meses que dei entrada.
ATENDENTE: Ah, certo. Infelizmente não está sendo concedida licença para ninguém que esteja em sala de aula. Só se houver substitutos. O senhor ensina há muito tempo? Já tirou alguma licença?
PROFESSOR: Eu ensino há mais de 20 anos e nunca tirei licença.  Nunca pude tirar.
ATENDENTE: Poxa... Desculpe a curiosidade: é impressão minha ou eu ouvi um barulho aí?
PROFESSOR: Acho que foi minha barriga, não sei. É que agora estamos proibidos de merendar.
ATENDENTE: Ah, tá... Bem, nunca pôde gozar licença?
PROFESSOR: Licença, não.
ATENDENTE: Mas antigamente era mais fácil tirar , não? Houve um tempo em que o professor solicitava e era atendido. Lembra?
PROFESSOR; Verdade. Mas nesse tempo, quem tirava licença perdia parte do salário, lembra? Era a chamada regência de classe. Eu, como ganhava pouco, não podia me dar ao luxo de tirar licença. Além disso, dizia-se que quem não tirava licença seria recompensado com uma aposentadoria mais cedo.
ATENDENTE: Verdade, professor. Graças a Deus que agora, depois da luta do sindicato, o professor pode licenciar-se sem que haja diminuição em seus proventos.
PROFESSOR: Certo. Mas fica difícil por causa do item “implica em substituição”. Eu sou obrigado a arranjar quem me substitua, coisa bastante difícil porque ninguém quer assumir sala de aula. Será que terei que pagar de meu bolso para que alguém me substitua? Vai sair mais caro que no tempo em que tiravam a regência de classe.
ATENDENTE: Verdade... Desculpe a curiosidade, mas o senhor tem alguma razão especial para estar requerendo essa licença?
PROFESSOR: Bem, eu me sinto muito cansado, meio depressivo e pretendia fazer uma viagem para desopilar. Um amigo me convidou para visitá-lo, eu não teria despesas com estadia. Ele mora noutro país, sabe? Seria a viagem dos meus sonhos... Eu ensino história e aproveitaria para visitar alguns museus famosos. O diretor disse que se eu conseguisse por minha conta um substituto ele daria um jeitinho. Como eu ensino em duas escolas, teria que conseguir dois substitutos e convencer a dois diretores e à chefe da Dired. Na verdade, não tenho condições para isso e estaria burlando a lei, não é mesmo?
ATENDENTE : Verdade. Seria uma ilegalidade. A não ser que o senhor falasse com algum político forte ligado ao sistema... aí, quem sabe, o senhor pudesse conseguir isso.
PROFESSOR: Verdade. Mas isso também seria uma ilegalidade, não é mesmo?
ATENDENTE: É... concordo.
PROFESSOR: Pois é. Seria perder uma das poucas coisas que tenho: a dignidade. Conheço alguns colegas cedidos pelo governo para assumirem cargos de confiança noutros departamentos. Estes sempre saem ganhando. Alguns nem dão expediente direito mas, como estão sob a proteção deste ou daquele candidato, podem tudo. Mas eu sou burro. Não gosto de “babar”.
ATENDENTE: Pois é... Como já lhe disse, não está saindo licença para ninguém. Veio uma ordem de cima para suspender todas, pois faltam professores substitutos. De qualquer modo, se o senhor quiser dou uma olhadinha pra ver em que departamento se acha seu pedido. Como é mesmo seu nome?
PROFESSOR: Precisa não. Meu nome é Otávio, mas se quiser trocar o “v” por um “r”, combina mais comigo.
ATENDENTE: Ha! Ha! Ha! O senhor é engraçado. Bem, seu Otávio, mais uma vez receba nossos parabéns pelo seu dia; lembre-se que o seu trabalho é muito importante e essencial para o progresso da nação. Que o mestre dos mestres possa iluminar o seu caminho e torná-lo cada vez mais próspero na execução desta tarefa sublime e sagrada para a qual foi designado...
PROFESSOR: ...
TELEFONE: Tum! Tum! Tum!