sábado, 21 de julho de 2012

MISSIVA À ESPOSA - Gilberto Cardoso dos Santos


Por trás deste médio homem, senhora Santos, uma grande mulher jaz na obscuridade por causa das orelhas à frente.

Emocionei-me ao ler o que escreveu  no texto MEU OURO, MEU TESOURO.

Se sorrio sempre, minha querida, e a faço gargalhar, é porque meu bom-humor encontra eco nos corredores de sua alma.

Há que haver contraste entre a maciez do pneu e a dureza da pista para que a viagem aconteça. Você, com pneus ou sem pneus, me amortece e vivifica.

A verdade é que conviver consigo e com sua família é muito prazeroso. Suas irmãs e irmão são ovelhas. Sua benedita mãe está mais para flor que para ofídio.

Você é sábia, prudente, bela, uma companhia agradabilíssima. Seu bom gosto e inteligência tiveram plena revelação quando me escolheu.

Após o aprazível banquete oferecido pelos amigos, veio você e me surpreendeu com tão deliciosa sobremesa.

Não sou seu tesouro, e sim o rico baú em que se encontra. Se sou seu ouro, é porque tenho uma ourives generosa, que me lapida com carinho e faz vistas grossas para as escórias.

A promessa de um seguro de vida foi razão mais que suficiente pra que escrevesse tais encômios. Em  memórias póstumas continuarei a ruminar esta mensagem e enaltecerei tudo que fez.


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