sábado, 17 de novembro de 2012

ENTREVISTA EM VERSOS COM ADEMAR MACEDO




GILBERTO:
Quero aqui entrevistar
de um jeito inovador
nosso poeta Ademar
excelente trovador
um homem bem conhecido
elogiado e querido
digno de qualquer louvor.


ADEMAR:
Eis aqui o Trovador,
pode passar em revista,
pergunte e responderei
mesmo sem ser repentista;
não minto nem por dinheiro...
Serei puro e verdadeiro
respondendo essa entrevista! 

GILBERTO:
Diga-nos como surgiu
seu amor à poesia
trace de si um perfil
e minibiografia
fale-nos de seu passado
daquilo que for lembrado
com toda sua alegria.


ADEMAR:
Trouxe o vírus da Poesia
no coração e na mente,
herdei o dom do meu Pai
um Poeta consciente;
mas eu com a verve inquieta,
só me descobri Poeta
depois do meu acidente.

GILBERTO:
Fale-nos do acidente
como tudo aconteceu
tudo mudou de repente
quando uma perna perdeu?
Qual foi a grande lição
e qual a transformação
que em sua vida se deu?

ADEMAR:
Foi triste o que aconteceu,
mas tendo Fé em Jesus,
comecei a caminhar
mesmo sem seguir à Luz...
Sem a Deus obedecer,
tornei de novo a beber,
pondo mais pregos na Cruz.

GILBERTO:
Até que ponto o marcou
esse acidente terrível?
Por acaso isso afetou
sua fé no invisível?
Ver a mão do onipotente
neste cruel acidente
seria isto cabível?

ADEMAR:
Foi um recado invisível
que o “Pai” mandou para mim,
eu sem querer entender,
vivia no botequim;
bebendo muito e fumando
como estivesse esperando
a qualquer hora o meu Fim.

GILBERTO:
Fale-nos daquela obra
"...E Da dor se Fez Poesia"
livro que mostra de sobra
sua íntima agonia
mas tudo com bom humor
pois trata de sua dor
com leveza e maestria.

ADEMAR:
...E da Dor se fez Poesia,
 foi a primeira vitória,
Macedo, meu protetor
que hoje já está na Glória
coordenou e deu-me alento
no dia do “lançamento”
eu vi mudar minha história.

GILBERTO:
Você é bem conhecido
como um grande trovador
e prêmios tem recebido
com merecido louvor
nos dê aqui uma prova
e explique o que é a trova
para o querido leitor.

ADEMAR:
Numa trova, o Trovador
abrange mil universos,
com inspiração e estudo
nos temas, os mais dispersos,
diz na Trova, simplesmente,
tudo aquilo que ele sente
em apenas quatro versos!

GILBERTO:
Qual foi a trova mais linda
que você já escreveu?
Mostre para nós ainda
qual a mais bela que leu
cite um caso interessante
alguma coisa marcante
que já lhe aconteceu.

ADEMAR:
(A mais triste solidão
que os seres humanos tem,
é abrir o seu coração,
olhar...e não ver ninguém!)

ADEMAR:
Tem muitas outras também,
das quais me fiz vencedor,
retratando o meu sertão,
sua luta e o seu labor,
sem esquecer, na verdade
minha trovas de saudade,
escritas com muito amor!

GILBERTO:
Com um poeta sem braço
você certa vez "brigou"
e de seu lado palhaço
bela sextilha brotou
deixando o outro sem voz
depois recite pra nós
a estrofe que criou.

ADEMAR: Fiz essa Sextilha:)
(Hoje eu conheci o Lula
e nele dei um Abraço,
eu faço o que ele não faz
e ele faz o que eu não faço;
pois eu só tenho uma perna
e ele só tem um braço! )

GILBERTO:
O que é a poesia
para o poeta Ademar?
e qual é a serventia
da cultura popular?
nos diga de modo franco
se gosta de verso branco
ou se deixa a desejar.

ADEMAR:
Não gosto de comentar
os versos que eu não faria,
mas como bom nordestino
não vou fugir neste dia
do verso livre em questão;
tem que ter muita emoção,
história, enredo e Poesia!

GILBERTO:
Cite nomes de artistas
aos quais dá grande valor
cantadores, cordelistas
ou seja lá o que for
e pra fechar o pacote
cite-nos um belo mote,
algo cheio de esplendor.

ADEMAR:
Eu tenho o meu cantador,
Violeiro e nordestino:
Geraldo Amâncio Pereira
do repente, um paladino;
e, Poeta novo e brilhante
tem o Manoel Cavalcante
“O Meu Poeta-Menino” !!!

ADEMAR:
Quanto ao seu mote pedido,
fiz um “verso” que eu me amarro;
o Mote é do “Conhecido’:
Doutor Zé Lucas de “Barro”...)

“QUER MATAR UM POETA, MATE O SONHO
QUE O POETA SEM SONHO SE LIQUIDA...”

Se você quer ferir a natureza
é bastante atirar num beija-flor,
ou matar um poeta cantador
para encher o nordeste de tristeza;
o sertão perderá sua beleza,
nascerá no seu peito uma ferida,
ficará no sertão por toda vida
lembranças desse crime tão medonho;
“quer matar um poeta, mate o sonho,
que o poeta sem sonho se liquida...”

GILBERTO:
Qual é a filosofia
de vida de ADEMAR?
como é seu dia a dia
e com que vive a sonhar?
cite alguns ensinamentos
provérbios ou pensamentos
que gosta de observar.

ADEMAR:
Não deixar nunca de AMAR,
é minha filosofia...
Aos amigos, meus irmãos,
e aos meus fãs na Poesia.
Amar e dar mais afetos
a Dalva, filhos e netos
e amar a Deus todo dia!

GILBERTO:
Fale-nos de seus labores
e projetos culturais
e antes de dar aos leitores
suas palavras finais
recite-nos um poema
que sirva como emblema
aos poetas atuais.

ADEMAR: CONSIDERAÇÕES FINAIS :

Quase Todo mundo já sabe que eu estou enfrentando um dilema na minha Vida; estou completamente entregue nas “Mãos Santas de Deus”...São quatro edemas no Cérebro, advindos de um Câncer que eu tive há seis anos no Intestino.  No Entanto... “Para DEUS, Nada é Impossível”.

ADEMAR: (Um Poemeto em Trovas:)

FONTE DE POESIA:
Envolto em minha Poesia,
num devaneio sem fim;
vivo hoje uma fantasia
que eu mesmo inventei pra mim!
No momento em que eu nascia,
Deus, usando o seu poder,
pôs o vírus da poesia
nas entranhas do meu ser.
Envolto em um acalanto
que a natureza me envia,
eu fiz do meu verso um manto 
com retalhos de poesia.
O Deus que fez lago e monte,
que fez céu, mar, noite e dia,
fez do Poeta uma fonte
por onde jorra Poesia...! 

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