quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Que diferença faz quem é Chico Mendes? (Gilberto Cardoso Dos Santos)


Que diferença faz quem é Chico Mendes? 

Foi chocante ouvir esta pergunta ser feita no programa “Roda Viva”, da TV Cultura em 11/02/2019. Quem a fez não foi uma criança no Ensino Fundamental menor, e sim o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Acrescentou que era irrelevante saber quem fora Chico Mendes, conhecido e respeitado internacionalmente por sua luta e morte em prol da Amazônia.
Recentemente o presidente Bolsonaro fez menção a uma musica de Flávio Leandro ao dizer que o Nordeste precisava de uma Chuva de Honestidade. Seus admiradores começaram a ouvi-la e a recomendá-la, muitas vezes em tom de pilhéria, fazendo chacota dos adversários.
Ainda em 2018, na campanha, o partido do presidente eleito quis fazer uso da música, mas o admirável compositor mostrou perfeita sintonia entre autor e eu poético (ao contrário de alguns artistas por esse Brasil afora), pois emitiu a seguinte nota:
“Nenhuma das campanhas postas para este segundo turno está autorizada a usar minha música como referência. Principalmente, esta que ora se utiliza da mesma. Não sou a favor de quem destrata a democracia em seu pleno vigor. Outra, a fábrica de fake news que esta campanha tem usado, fere o princípio sagrado do direito à verdade. Quem mente, rouba a verdade! É desonesto do mesmo jeito”
Parem para meditar nas sensatas palavras do cantautor e veja como elas fazem sentido em nossos dias!
Há, uma outra música dele, bem mais necessária nesses dias em que nossos corações e florestas ardem devido as loucuras do Nero da atual gestão.
Cantadores nordestinos precisam fazê-la ecoar em todo o Brasil, pois sua mensagem é a mais urgente de todas. Refiro-me a "Fornalha Global", em cuja letra eu-poético e autor se perguntam retoricamente:
"Quantos Chico Mendes ainda vão morrer pela Amazônia?"
Vejam a letra na íntegra. Meditem em cada verso. Trata-se de uma voz poética e profética tentando abrir nossos olhos para o perigo iminente e eminente.

Fornalha Global (Flávio Leandro)
Queimando a mata
A verde roupa da terra
A humanidade entra em guerra
Com a natureza e seu dono
Todo carbono que ambição prolifera
Aquece a atmosfera
E a terra perde o seu sono
Gerando em massa fumaça de energia suja
A humanidade lambuza o véu que cobre o planeta
Tá na corneta sonora do apocalipse
O homem sente o eclipse
Mas nega o som da trombeta
No sertão a seca pode piorar
Furacão o meu brasil já tem pra dar
Um deserto no meu peito vai brotar
Sem ter cerimônia
Quando a montanha de gelo derreter
Litoral do mêi do mar vai se perder
Quantos chico mendes inda vão morrer
Pela amazônia
"kioto" acordo, veremos que a águia não quebre
Pode amenizar a febre que sente o planeta água
A gente fez da terra o que bem quis
Quebrou a paz do universo
Jogou a paz mundial numa fornalha global
Tudo em razão do progresso
O tempo é curto e o mundo não tem bis
A humanidade é uma fera
Evite um desastre, faça sua parte
Salve o planeta terra.

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