UM SHOW DE HUGO TAVARES EM MINHA IMAGINAÇÃO
Vendo o momento difícil
Dramático para a nação
Meditei no que faria
Hugo em tal situação
E respirei novos ares
Ao ouvir Hugo Tavares
Em minha imaginação.
Ouvi “Voto aos dezesseis”
E senti desesperança
Ao me recordar de adultos
Que votam feito criança
Pensei em sua cartilha
E vi o quanto hoje brilha
Mais que nunca e nos alcança.
Decerto conosco hoje
Ele também sofreria
Ao drama dos oprimidos
em versos expressaria
Levantaria seu brado
Ao ver que um golpe foi dado
Em nossa democracia.
Falaria de açaí,
De laranjas, goiabeira
De Fake News, de um Brasil
Sem freios rumo à ladeira
Com vigor e ousadia
Citaria a hipocrisia
Da elite vil brasileira.
Reforma da Previdência
Seria um tema central
Em versos embelezados
Pelo verniz musical
Sempre em defesa dos pobres
Contra os nobres nada nobres
Da política nacional.
Lembrei da bela entrevista
Que há tempos me concedeu
Não somente do que disse
Também de como viveu
Quando entre nós habitou
Das lutas que encabeçou
Das pautas que defendeu.
Ele, tão religioso,
Decerto não pouparia
A padres, bispos, pastores
Que em sua moral vazia
Defendessem a tortura
Assumindo uma postura
Que Jesus condenaria.
Em sua prosa matinal
Ao povo esclareceria
Do sono e da idiotice
A muitos despertaria
Raiva iria provocar
Eu rio ao imaginar
Tudo que Hugo diria.
Sua língua, feito um chicote
Tal qual Cristo iria erguer
Nos que estão acomodados
Decerto iria bater
Em mais de cinquenta tons
De cinza, “Sigam-me os bons”
Poderia nos dizer.
No Espiritismo não creio
No entanto, se acreditasse
A um médium pediria
Que ao poeta incorporasse
A fim de ouvi-lo de novo
E encorajaria o povo
Com o que Hugo falasse.
Gilberto Cardoso dos Santos
Cuité/PB e Santa Cruz/RN
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