NÓS E O COVID-19
Nossa situação inspira temor. Felizmente, temos boas-novas a respeito duma possível solução para o covid-19, mas nada oficial ainda. Enquanto aguardamos os avanços da ciência, fazemos nossa parte cuidando da higiene pessoal e mantendo-nos em quarentena. Mas será que estamos agindo à altura do que orienta o Ministério da Saúde? Estamos, eu e você fazendo nossa parte?
Fui a uma farmácia e ouvi um cidadão, auxiliar de saúde, dizendo que esse vírus é “uma jogada de Marketing da China comunista pra destruir o capitalismo”. A imprensa mal intencionada estaria criando um pânico exagerado. O vírus, afinal, não é isso tudo que dizem. No passado já tivemos gripe do frango, AIDS e tantas outras doenças superadas. Esse alarmismo teria propósitos políticos. Os chineses, que comem todo tipo de coisa, imundos, teriam criado esse vírus pra destruir a direita. Os defensores do PT queriam se aproveitar desse “Comuna vírus” pra dar um golpe.
A atendente, pra não perder o freguês, fingia concordar, mas era evidente o incômodo.
Presenciei outra cena preocupante: uma mulher entrou numa loja com o esposo. Demonstrou grande alegria em ver o atendente. Com um sorriso, estendeu um dos braços com a aparente intenção de simular um aperto de mão à distância. O dono da loja, no entanto, duplamente feliz por sua presença, apertou sua mão e abraçou-a com vigor. Ela apresentou-lhe o esposo e disse que o movimento do hotel, em Natal, não estava muito bom, ultimamente, mas restavam alguns turistas.
Em outro local, a líder de uma associação buscava álcool em gel. Não havia. Tentei ajudá-la dizendo que o uso de sabão era mais barato e eficaz. Ela disse-me que buscava o raro produto para colocar em um recipiente à entrada do local onde se reúnem semanalmente. Assustei-me com a ideia e disse-lhe que aquilo era loucura. Não seria sensato atender à recomendação de evitar reuniões? Tentou argumentar contra, foi arrefecendo na teimosia, disse-me que à noite decidiria com o grupo se interromperiam ou não os encontros.
Em suma, muitos de nós não estamos levando a sério as orientações da OMS. Ideologias tolas, Fake News e versos mal interpretados da Bíblia estão colocando nosso país em perigo.
Como se isso não bastasse, até mesmo o poder público tem se mostrado negligente. Voos estrangeiros não monitorados permitiram a entrada de mais de duas mil pessoas no RN, oriundos de países onde o covid-19 tem ceifado vidas. Prometem, porém, que passarão a tomar medidas restritivas eficazes a partir de agora.
Todos nós podemos aprender com as nações já atingidas. É preciso agir com racionalidade nesse momento, desconfiar do Tsunami de informações falsas que tentam sufocar o bom senso.
Ainda estamos precisando aprender a lavar as mãos, a colocar a máscara (ontem vi na TV um político com essa dificuldade). Ainda é tempo de mudar. Se não nos conscientizarmos com urgência, será tarde demais.
E assim caminha a humanidade
ResponderExcluirEsperamos que nós próximos dias esse país não se torne um caos.
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